terça-feira, 13 de novembro de 2012

Vestibular 2013 2a Fase - Sociologia - UFPR

Lista de obras indicadas para a prova discursiva de Sociologia

FORACHI, Marialice M. & MARTINS, Jose de Souza. Sociologia e sociedade (Leituras de introdução à Sociologia). Rio de Janeiro: LTC, 1977.
GIDDENS, A. & SUTTON Phillipe W. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2012.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia? São Paulo: Brasiliense, 2011. (Coleção Primeiros Passos)
WEFFORT, Francisco. Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2006. v. 1 & 2.Recomenda-se a leitura de revistas, jornais e blogs informativos.

Programa

A Origem da Sociologia
A modernidade e o surgimento da sociologia
Fundamentos do pensamento sociológico: Durkheim, Weber e Marx
Objeto e método da Sociologia

A Relação sociedade e natureza
Progresso técnico e meio ambiente

Trabalho e Sociedade
A divisão do trabalho
As transformações recentes do trabalho

Estrutura e Estratificação Social
As classes sociais e estratificação
Desigualdade social
Desigualdade social no Brasil

Indivíduo, Identidade e Socialização
Socialização e identidade
Individuação, gênero e sexualidade

O Estado Moderno e a Nova Ordem Mundial: Dominação e Poder
Surgimento e desenvolvimento do Estado Moderno
O Estado nacional contemporâneo

Mudança e Transformação
A mudança social e mudança cultural
Tecnologia, conhecimento e mudança social
Inovação técnica e participação política

Movimento Sociais
Novas formas de participação social
Movimentos sociais no Brasil e cidadania

Cultura e Sociedade
Cultura e organização social
As dimensões da cultura
A diversidade cultural no Brasil

A Indústria Cultural
Meios de comunicação e indústria cultural
Mídia, cultura e política no Brasil
As novas mídias

Vestibular 2013 2a Fase - Filosofia - UFPR

Esclarecimentos

As questões da prova específica de filosofia versarão sobre temas e problemas de diferentes áreas da filosofia (ética, estética, epistemologia e filosofia política) e serão formuladas a partir de textos clássicos da história da filosofia, de diferentes épocas e orientações teóricas. Na avaliação, levar-se-á em conta a habilidade do candidato para identificar e compreender teses, argumentos, conceitos, polêmicas e problemáticas filosóficas presentes nos textos ou deles decorrentes. Será também requerido do candidato que revele conhecimento das circunstâncias históricas mais imediatas da produção e da recepção dos textos em análise, mediante a consideração das suas interlocuções com a tradição filosófica e cultural.

A prova de filosofia pretende, portanto, aferir a competência dos candidatos numa prática que é, sob qualquer perspectiva que se encare a formação filosófica no ensino médio, rigorosamente indispensável: a leitura de textos filosóficos. Os pressupostos pedagógicos e filosóficos dessa orientação para a prova são (i) que as habilidades acima descritas constituem instrumentos universais para exercício da leitura reflexiva e crítica de textos filosóficos e (ii) que aquelas habilidades poderão ser despertadas, aprendidas e aperfeiçoadas independentemente de os autores ou os textos analisados serem aqueles indicados por este programa.

Portanto, as indicações bibliográficas para a prova de filosofia que aqui se farão não devem ser encaradas como o resultado da identificação de um minimum de leituras que o estudante do ensino médio deve realizar durante as aulas de Filosofia. Visto que o objetivo não é averiguar conhecimentos cumulativos e textuais da história da filosofia, mas a capacidade de compreender e discutir textos filosóficos no contexto das questões e dos debates clássicos da filosofia, muitos outros tipos de formação e de preparação prévia são compatíveis com os objetivos da prova, mesmo aqueles que não contemplem o estudo das obras abaixo indicadas.

Nesse sentido, cabe ressaltar que essa orientação básica adotada para a prova é plenamente compatível tanto com as linhas praticadas no ensino privado quanto com as diretrizes que a Secretaria de Estado da Educação está desenvolvendo para o Ensino Médio, tendo em vista que o objetivo não é o conhecimento de um ou outro filósofo, mas o desenvolvimento de ferramental básico para leitura e compreensão de quaisquer textos filosóficos.

Sendo assim, as questões da prova serão circunstanciadas em determinados textos filosóficos e, para uma boa preparação que contemple uma maior familiaridade com os objetos de análise nas questões e com a terminologia consagrada pelos textos empregados na sua formulação, recomenda-se a leitura prévia desses textos. Os textos indicados são os seguintes:
  • ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco – Livro I. Gama Kury, M (trad.). Nova Cultural, São Paulo, 1996. (Coleção Os Pensadores).
  • DESCARTES, R. Meditação Metafísicas – Meditação Primeira e Meditação Segunda. Guinsburg, J. e Prado Jr., (trad.). Nova Cultural, São Paulo, 1988. (ColeçãoOs Pensadores).
  • NIETZSCHE, F. “Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extra-moral”. In: NIETZSCHE. Obras Incompletas. Torres Filho, R. (Trad.). Nova Cultural, São Paulo, 1991. (Coleção Os Pensadores).
(Obs.: As referências feitas aqui a determinadas edições das obras indicadas têm como objetivo apenas estabelecer um padrão; elas podem ser substituídas, sem qualquer prejuízo, por outras no mesmo nível ou ainda melhores, quando for o caso. São públicos e notórios os equívocos grosseiros cometidos em determinadas traduções de textos filosóficos fartamente disponíveis no mercado editorial brasileiro. O objetivo da indicação dessas edições é apenas possibilitar um patamar mínimo de rigor e qualidade acadêmica para a avaliação das edições a serem utilizadas na preparação para a prova.)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

domingo, 7 de outubro de 2012

Coletivo

Fragmento 1
O coletivo é um organismo social vivo e, por isso mesmo, possui órgãos, atribuições, responsabilidades, correlações e interdependência entre as partes. Se tudo isso não existe, não há coletivo, há uma simples multidão, uma concentração de indivíduos.
Anton Semionovitch Makarencko

Fragmento 2
O inconsciente coletivo
O Inconsciente coletivo é uma parte da psique que pode distinguir-se de um inconsciente pessoal pelo fato de que não deve sua existência à experiência pessoal, não sendo portanto uma aquisição pessoal. Enquanto o inconsciente pessoal é constituído essencialmente de conteúdos que já foram conscientes e no entanto desapareceram da consciência por terem sido esquecidos ou reprimidos, os conteúdos do inconsciente coletivo nunca estiveram na consciência e (...) devem sua existência apenas à hereditariedade. Enquanto o inconsciente pessoal consiste em sua maior parte de complexos, o conteúdo do inconsciente coletivo é constituído essencialmente de arquétipos.
(...)
O inconsciente coletivo não se desenvolve individualmente, mas é herdado. Ele consiste de formas preexistentes, arquétipos, que só secundariamente podem tornar-se conscientes, conferindo uma forma definida aos conteúdos da consciência.
(...)
Os instintos são entretanto fatores impessoais, universalmente difundidos e hereditários, de caráter mobilizador.
(...)
O Inconsciente coletivo não é uma questão especulativa nem filosófica, mas sim empírica.
Carl Gustav Jung

domingo, 17 de junho de 2012

População excedente


Superpopulação” é uma ficção atuarial: um codinome para a aparição de um número de pessoas que, em vez de ajudarem a economia a funcionar com tranquilidade, tornam muito mais difícil a obtenção (...) dos índices pelos quais se mede e avalia o funcionamento adequado. A quantidade desses indivíduos parece crescer de maneira incontrolável, aumentando continuamente as despesas, mas não os ganhos. (...) Numa sociedade de consumidores, elas são os “consumidores falhos” – pessoas carentes do dinheiro que lhes permitiria ampliar a capacidade do mercado consumidor, e que criam um novo tipo de demanda a que a indústria de consumo, orientada para o lucro, não pode responder nem “colonizar” de maneira lucrativa. Os consumidores são os principais ativos da sociedade de consumo, enquanto os consumidores falhos são os seus passivos mais irritantes e custosos.
A “população excedente” é mais uma variedade de refugo humano. Ao contrário dos homini sacri, das “vidas indignas de serem vividas”, das vítimas dos projetos de construção da ordem, seus membros não são “alvos legítimos” excluídos da proteção da lei por ordem do soberano. São, em vez disso, “baixas colaterais”, não intencionais e não planejadas, do progresso econômico.
(Zygmunt Bauman, Vidas desperdiçadas, Rio de Janeiro, 2005).

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Disneyworld: a decodificação ideológica dos quadrinhos

 

(…) a atividade das personagens se desenrola à parte do mundo do trabalho, ou seja, há predominância dos casos de aventura, de atividades desenvolvidas durante o ócio, e em situações que são

a negação do cotidiano, do dia-a-dia de cada pessoa. Aliás, parece que algumas personagens noa trabalham nunca, e não sabemos muito claramente de onde vem o seu sustento: às vezes são muito ricas (e essa riqueza se acha desvinculada da ação que a produziu) ou, às vezes, vivem de expedientes, como Donald, que consegue inexplicavelmente manter um padrão médio de vida que lhe permite usufruir os benefícios da sociedade de consumo.

Geralmente, a classe proletária não é representada por nenhuma personagem, da mesma forma que a vida no campo é enfatizada sobretudo no seu aspecto de lazer, e não no da produção.

Segundo Dorfmann e Mattelart, [...], “no mundo de Disney, dos polos do processo capitalista produção-consumo só está presente o segundo. (...) Um exemplo: as profissões. A gente pertence sempre a estratos do setor terciário, isto é, dos que vendem seus serviços. Cabeleireiros, agências imobiliárias e de turismo, secretárias, vendedoras e vendedores de todo tipo (...) empregados de armazéns, padeiro, guarda-noturno, garçons, ou do setor de entretenimento, distribuidores povoam o mundo de objetos e objetos, jamais produzidos, sempre comprados. O ato que para tanto as personagens estão repetindo a todo o momento é o da compra” (DORFMANN e MATTELART, in: Para ler o Pato Donald, p.79).

A sociedade é representada como una, estática e harmônica, sem antagonismo de classes, e esta “ordem natural” do mundo é quebrada apenas pelos vilões, que, encarnando o mal, atentam geralmente contra o patrimônio (bancos, joias e caixas-fortes). A defesa da legalidade dada e não questionada é feita pelos “bons”, com a morte dos “maus” ou com a integração destes à norma estabelecida. Resulta daí um maniqueísmo simplista, que reduz todo conflito à luta entre o bem e o mal, sem considerar quaisquer nuanças de uma sociedade em que as pessoas e os grupos possam ter opiniões e interesses divergentes.

Além disso, ao lidar com categorias abstratas de bem e mal, o conflito é reduzido a um nível individual, psicológico, como resultado de um problema moral, e não político e social. Em outras palavras, a ênfase ao aspecto moral da ação neutraliza o conflito social, ocultando que o homem vive numa sociedade de classes: quando é “restabelecida a ordem”, ninguém questiona esta “ordem”, que na verdade nada tem de natural, já que construída pelo homem, nem este “bem”, que representa os interesses de uma determinada classe.

Aranha, Maria Lúcia de Arruda. In: Filosofando, p. 82-3.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A Mais-Valia

Como transformar dinheiro em capital (Karl Marx)

Circulação da mercadoria

1. A transformação de mercadoria em dinheiro e a retransformação de dinheiro em mercadoria: vender para comprar

M – D – M

só faz sentido se M1 é diferente de M2.

2. A transformação de dinheiro em mercadoria e a retransformação de mercadoria em dinheiro: comprar para vender

D – M – D

só faz sentido se D1 é menor que D2.

Dinheiro que circula de acordo com o segundo princípio transforma-se em CAPITAL.

 

Exemplos:

1. Vender grãos para comprar roupa. O mesmo dinheiro muda duas vezes o dono. Não há fluxo retorno. O dinheiro é definitivamente gasto.

Variação qualitativa. Mercadorias diferentes.

M – D – M

Processo de troca!

 

2. Comprar algodão por $100 para vender por $110. A mesma mercadoria muda duas vezes o dono. O retorno do dinheiro é o principal motivo.

Variação quantitativa. A diferença entre D1 e D2 somente na quantidade.

D – M – D

Processo de troca?

 

Capital: retorno de dinheiro, variação quantitativa.

D1 – M – D2,                            D2 = D1 + ∆D

Formação de Capital a partir da mais-valia

 

Comentários e Observações

1. A simples circulação de mercadorias – vender para comprar – serve a um fim que se encontra fora do processo da circulação: adquirir bens materiais para suprir necesidades.

2. A circulação de dinheiro na condição de capital serve a ele mesmo (o capital), não tem vínculo com necessidades humanas.

A variação/valorização quantitativa do dinheiro – e assim forma-se o capital – não pode se realizar a partir do mesmo, pois, como meio de compra, ele só representa o valor da mercadoria; a valorização está vinculada à mercadoria, ao trabalho.

3. A mercadoria tem dois valores: Valor Real e Valor de Troca. A diferença (∆D) entre estes dois valores é a mais-valia.

4. Compra e venda da força de trabalho

Valor de Uso X Valor de Troca

Valor de uso = salário (mão-de-obra)

Valor de troca = preço (mão-de-obra + mais-valia embutida no preço)

 

Componentes de Valor

C = Capital constante = materiais e máquinas (tecnologia)

V = Capital variável = força de trabalho

S = mais-valia

o produto:

C + V + S = Valor Total

 

“Toda riqueza vem do trabalho”. Adam Smith

“Toda riqueza vem do trabalho”. Karl Marx

Apesar das posições ideológicas opostas, Marx e Smith chegam à mesma conclusão no que diz respeito ao significado do trabalho.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Estruturas Sociais

Solidariedade Mecânica e Solidariedade Orgânica – Durkheim
  • Família
  • Clã
  • Tribo
  • Grupo
  • Time
  • Equipe
  • Bando
  • Gangue
  • Quadrilha
  • Massa
  • Multidão
  • Coletivo
“O coletivo é um organismo social vivo e, por isso mesmo, possui órgãos, atribuições, responsabilidades, correlações e interdependência entre as partes. Se tudo isso não existe, não há coletivo, há uma simples multidão, uma concentração de indivíduos.”
Anton Semiónovitch Makarenko

Processos Sociais

  • aculturação
  • assimilação
  • acomodação
  • adaptação
  • competição
  • controle social
  • conflito
  • estratificação social
  • mobilidade social

Fatores de socialização

  • Fatores primários: família, escola
  • Fatores secundários: trabalho, empresa, relações trabalhistas, associações, clubes, religião, filantropia, esporte, …

Conceitos Básicos – TGE III

Nação é uma realidade sociológica, o Estado é uma realidade jurídica.

O conceito de Nação é essencialmente de ordem subjetiva, enquanto o conceito de Estado é necessariamente objetivo.

Formação nacional:

  • fatores naturais = território, etnia, idioma
  • fatores históricos = tradição, costumes, religião, leis.
  • fatores psicológicos = aspirações, consciência (nacional, histórica, poítica, …)

População: conceito aritmético, quantitativo, demográfico = total de indivíduos

Povo: sentido genérico/amplo = equivale à população

              sentido estrito = condiz com o conceito de Nação.

Raça (etnia): unidade bio-antropológica

  ≠

Nação: unidade sócio-psíquica

Elementos constitutivos do Estado: – população

                                                                        – território

                                                                        – governo

Teoria Tridimensional do Estado–TGE II

O Estado como realidade sócio-ética-jurídica

TGE - 02

a – o aspecto SOCIOLÓGICO = estuda a organização estatal como fato social.

b – o aspecto FILOSÓFICO ou AXIOLÓGICO = estuda o Estado como fenômeno político-cultural.

c – o aspecto JURÍDICO = estuda o Estado como órgão central de positivação do Direito.

Observação: “O objeto do Direito nunca é o Direito, e sim, o poder. Direito é crítica ao poder.” (Peter Noll)

Teoria Geral do Estado–TGE I

TGE - 01

Teoria Geral do Estado – Teoria social do Estado

                                                      – Teoria política do Estado

                                                      – Teoria jurídica do Estado

  • Analisa a gênese e o desenvolvimento do fenômeno estatal em função dos fatores históricos, sociológicos e econômicos.
  • Justifica as finalidades do governo em razão dos diversos sistemas de cultura
  • Estuda a estrutura, a personificação e o ordenamento legal do Estado.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Ciências


Com efeito, se nos lembrarmos de que o termo alemão Wissenschaft não recobre os termos inglês e francês de Science, nos lembraremos também de que, enquanto Wissenschaft significa saber e trabalho do pensamentoScience significa conhecimento ou conjunto de conhecimentos instituídos acerca de campos empíricos de objetos. 
Marilena Chauí, in Cultura e democracia, p.137-162

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Positivismo

Ciência positiva: a base segura de todo conhecimento é o dado positivo (sensivelmente perceptível) do qual se destaca o que é sempre igual e se repete (formulação da lei), tornando posível a previsão dos fenômenos e seu controle.
Sociologia (física social): ciência que busca captar as leis dos fenômenos sociais.
Estática social: (ordem) condições de existência de uma sociedade em qualquer tempo e lugar (sociabilidade, família, divisão do trabalho).
Dinâmica social (progresso): estudo das leis do desenvolvimento das sociedades.
Ao contrário do idealismo, o positivismo reivindica o primado da ciência: só se conhece o que as ciências dão a conhecer; o único método de conhecimento é o das ciências naturais.
O método das ciências naturais vale também para o estudo da sociedade.
Relações humanas e sociais são entendidas como fatos naturais (sociologia).
Ciência e método científico são os únicos  meios de resolver, ao longo do tempo, todos os problemas humanos e sociais.
A era do positivismo é a época do otimismo geral e da certeza do progresso incontível.
Ciência, logo previsão; previsão, logo ação.

Cultura: significados e conceitos relacionados

Esboço apenas para estudo.

Definições, conforme o Dicionário Aulete, da língua portuguesa

Cultura

Conceito geral: transformação da natureza.

(cul.tu.ra) sf.

(…)

5. Soma das informações e conhecimentos de uma pessoa, ou de um grupo social: Era homem de grande cultura. Aquela gente lia muito, tinha cultura.

6. Conjunto de costumes predominantes num grupo ou classe social [Cf.: contracultura.]

7. Antr. Tudo o que caracteriza uma sociedade qualquer, compreendendo sua linguagem, suas técnicas, artefatos, alimentos, costumes, mitos, padrões estéticos e éticos (cultura ianomâni/neolítica).

8. Panorama de um país no que se refere ao movimento da criação e divulgação das artes, da ciência e das instituições a elas concernentes: Naquelas décadas, a cultura decaiu.

9. Antr. Conjunto dos valores intelectuais e morais, das tradições e costumes de um povo, nação, lugar ou período específico (cultura asteca/celta/mediterrânea); CIVILIZAÇÃO

(…)

Cultura de massa
1 Soc. Conjunto dos bens culturais produzidos pela indústria cultural, e os costumes, valores, práticas etc. de largas parcelas da população, difundidos graças aos meios de comunicação de massa.

(…)

Cultura material
1 Antr. O conjunto dos artefatos de um grupo sociocultural, e das técnicas, conhecimentos, etc. relativos à produção e uso de tais artefatos.

 

Aculturação

(a.cul.tu.ra.ção) sf.

1. Ação ou resultado de aculturar; ACULTURAMENTO

2. Antr. Processo de modificação cultural, por intercâmbio direto e contínuo, de indivíduo, grupo social ou povo que se adapta a outra cultura ou dela retira traços significativos (aculturação de povos indígenas).

3. P.ext. A soma de culturas resultante desse processo contínuo

4. Soc. Processo de absorção e adaptação, por um indivíduo, da cultura da sociedade, nacional ou estrangeira, em que vive.

5. Estado em que resulta tal processo.

[Pl.: -ções.]

[Pl.: -ções.]

[F.: Do ing. acculturation.]

Observação:
O conceito de aculturação tem sido alvo de diferentes - às vezes divergentes - interpretações de antropólogos e sociólogos, não quanto a seu aspecto mais lato - o processo de transformações culturais que se desenvolve em um ou mais grupo, resultante de contacto com a cultura de outro(s) - mas quanto a seus mecanismos, sua dinâmica, sua intencionalidade, seu contexto ideológico etc. Entre as modalidades-padrão do processo de aculturação, têm sido citadas: adaptação (introdução na própria cultura elementos percebidos na de outrem, nem sempre com o mesmo significado), corte (introdução de elementos culturais alheios que convivem paralelamente com os próprios, mesmo que conflitantes), oposição (resistência ideológica a elementos estranhos, perturbando a evolução natural e a autotransformação de uma cultura ao longo do tempo e de novas experiências), fuga (autoisolamento, como defesa de valores culturais exatamente pelo temor da aculturação), destruição (extermínio de culturas estranhas [e mesmo de seus portadores]).

Desaculturação

(de.sa.cul.tu.ra.ção) sf.

1. Ato ou efeito de desaculturar(-se), de perder a aculturação. [ antôn.: Antôn.: aculturação ]

Anomia

Conceito criado por Durkheim baseado nas constatações (pesquisa) feitas sobre a divisão do trabalho.

Anomia: não há leis ou estas são confusas. Estado de desordem. Não há mais solidariedade e o indivíduo não conta mais com sistemas de apoio nem com pontos de referência.

Pesquisa sobre suicídio

Durkheim chega em três categorias de suicídio:

Suicídio egoísta: por motivos pessoais. Livre escolha pessoal, de pessoas pouco ligadas ao grupo. Ex.: Werther

Suicídio altruísta: por motivos sociais. Forte ligação com o grupo. Ex.; Padre suicida de Neuchâtel.

Suicídio anômico: indivíduo sem sistema de apoio ou referências. Situação de desaculturação. Ex.: surtos de suicídios em tribos indígenas.

Fato psíquico e fato social

Esboço apenas para o estudo
As naturezas individuais nada mais são do que a matéria indeterminada que o fator social determina e transforma. Certos estados psíquicos, como a religiosidade, o ciúme sexual, a piedade filial e o amor paterno, longe de serem inclinações inerentes à natureza humana, derivam da organização coletiva (…) Quase tudo o que se encontra nas consciências individuais vem da sociedade.
Fato psíquico X Fato social
O fato social exerce coerção sobre o indivíduo a partir do exterior.
(…)
Estrutura social
Solidariedade mecânica – Solidariedade orgânica
Em Sociologia, uma espécie de física social, estas estruturas sociais são chamadas por Durkheim de, respectivamente, solidariedade mecânica (divisão do trabalho apenas por sexo ou idade) e solidariedade orgânica (divisão do trabalho seguindo critérios de produtividade conforme a economia de mercado).

O que é política?

A política baseia-se na pluralidade dos homens. Deus criou o homem, os homens são um produto humano mundano, e produto da natureza humana. A filosofia e a teologia sempre se ocupam do homem, e todas as suas afirmações seriam corretas mesmo se houvesse apenas um homem, ou apenas dois homens, ou apenas homens idênticos.
Por isso não encontraram nenhuma resposta filosoficamente válida para a pergunta: o que é política? Mais ainda: para todo o pensamento científico existe apenas o homem – na biologia ou na psicologia, na filosofia e na teologia, da mesma forma como para a zoologia só existe o leão. Os leões seriam, no caso, uma questão que só interessaria aos leões.
(…)
A política trata da convivência entre diferentes.
Os homens se organizam politicamente para certas coisas em comum, essenciais num caos absoluto, ou a partir do caos absoluto das diferenças.
(…)
Zoon politikon: como se no homem houvesse algo político que pertencesse à sua essencia – conceito que não procede; o homem é a-político.
A política surge no entre-os-homens, portanto, totalmente fora dos homens. por conseguinte, não existe nenhuma substância política original. A política surge no intra-espaço e se estabelece como relação. Hobbes compreendeu isso.
(…)
O homem, criado à imagem da solidão de Deus, serve de base ao “state of nature as a war of all against all” de Hobbes.
É a rebelião de cada um contra todos os outros, odiados porque existem sem sentido – sem sentido exclusivamente para o homem criado à imagem da solidão de Deus.