CORTINA DE FUMAÇA
“... Independente do que ocorreu no passado que tenha originado a atual crise ambiental, independente da existência de atores sociais implicados na responsabilidade da degradação ambiental, a busca de soluções seria uma tarefa comum a toda humanidade. Verifica-se aqui uma nova tentativa de generalizar os fatos, omitir um contexto histórico e criar assim o ‘homem abstrato’, cuja conseqüência significa a retirada do componente ideológico da questão ambiental, que passa a ser considerada com uma certa dose de ingenuidade e descompromisso, diante da falta de visibilidade do procedimento histórico que gerou a crise ambiental. Contribui, em última análise, para o que foi explicitado anteriormente, referente ao locus original do discurso ecológico: a fala sobre o meio ambiente passa a ser automaticamente aceita pelo público, pois o que estaria em jogo é a sobrevivência da humanidade e do planeta e não os interesses mesquinhos individualistas.”
Comissão Brundtland, CMMAD, 1988, ONU.
“Mais correto e condizente com a realidade seria admitir que o nível de consumo alcançado pela sociedade ocidental (The American Way of Life) não é generalizável ao conjunto da humanidade. Seu custo social e econômico em termos de recursos – inclusive os não-renováveis – é de tal ordem que sua extensão em escala mundial levaria inevitavelmente ao colapso da civilização industrial”.
Rattner, in Estudos do Futuro.
“Só como exemplo, podemos observar que se 24% da população mundial tivessem o mesmo padrão de consumo de petróleo que tem a população norte-americana – que constitui apenas 6% da população mundial, mas que consome sozinha 25% da produção mundial de petróleo – eles absorveriam os 100% da atual produção mundial de combustíveis fósseis!”
Gonçalves, in Formação sócio-espacial e questão ambiental no Brasil.
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