Max Weber
* 21/04/1864, Erturt, Alemanha
† 14/06/1920, Munique, Alemanha
Weber é um dos fundadores da Sociologia, autor de "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo". Viveu no período em que as primeiras disputas sobre a metodologia das ciências sociais começavam a surgir na Europa, sobretudo em seu país, a Alemanha. Filho de uma família de classe média alta, com o pai advogado, Weber encontrou em sua casa uma atmosfera intelectualmente estimulante. Ainda era criança quando se mudaram para Berlim. Em 1882 foi para a Faculdade de Direito de Heidelberg. Um ano depois transferiu-se para Estrasburgo, onde prestou o serviço militar.
Em 1884 reiniciou os estudos universitários, em Göttingen e Berlim, dedicando-se as áreas de economia, história, filosofia e direito. Trabalhou na Universidade de Berlim como livre-docente, ao mesmo tempo em que era assessor do governo. Cinco anos depois, escreveu sua tese de doutoramento sobre a história das companhias de comércio durante a Idade Média. A seguir escreveu a tese "A História das Instituições Agrárias". Casou-se, em 1893, com Marianne Schnitger e, no ano seguinte, tornou-se professor de economia na Universidade de Freiburg, transferindo-se, em 1896, para a de Heidelberg.
Depois disso, passou por um período de perturbações nervosas que o levaram a deixar o trabalho. Só voltou à atividade em 1903, participando da direção de uma das mais destacadas publicações de ciências sociais da Alemanha. No ano seguinte publicou ensaios sobre a objetividade nas ciências sociais e a primeira parte de "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", que se tornaria sua obra mais conhecida e é de fato fundamental para a reflexão sociológica.
Em 1906 redigiu dois ensaios sobre a Rússia: "A Situação da Democracia Burguesa na Rússia" e "A Transição da Rússia para o Constitucionalismo de Fachada". No início da Primeira Guerra Mundial, Weber, no posto de capitão, foi encarregado de administrar nove hospitais em Heidelberg.
Quando a guerra terminou, mudou-se para Viena, onde deu o curso "Uma Crítica Positiva da Concepção Materialista da História". Em 1919 pronunciou conferências em Munique, publicadas sob o título de "História Econômica Geral". No ano seguinte faleceu em consequência de uma pneumonia aguda.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/max-weber.jhtm
“A ética protestante e o espírito do capitalismo”, Max Weber.
Esboço apenas para o estudo
Fragmentos de texto
Ascetismo
O ascetismo ou asceticismo é uma filosofia de vida na qual são refreados os prazeres mundanos, onde se propõem a austeridade.
Aquelas que praticam um estilo de vida austero definem suas praticas como virtuosa e perseguem o objetivo de adquirir uma grande espiritualidade. Muitos ascéticos acreditam que a purificação do corpo ajuda a purificação da alma, e de fato a obter a compreensão de uma divindade ou encontrar a paz interior. Isto também pode ser obtido com a automortificação, rituais, ou uma severa renúncia ao prazer. Entretanto, ascéticos defendem que essa restrições auto-impostas trazem grande liberdade em várias áreas de suas vidas, tais como aumento das habilidades para pensar limpidamente e para resistir a potenciais impulsos destrutivos.
Etimologia
O adjetivo "ascetismo" deriva de um termo grego askesis (prática, treinamento ou exercício). Originalmente associado com qualquer forma de disciplina ou filosofia prática, o termo ascetismo significa alguém que pratica uma renúncia ao mundo com objetivo de adquirir um alto intelecto e espírito.
Muitos guerreiros e atletas, na sociedade Grega, utilizaram a disciplina askesis para conseguir uma melhor forma corporal e graça. A forma de vida, a doutrina, ou os princípios de alguém que se engaja no askesis são classificados como asceticismo.
"Ordinário" versus "extraordinário"
Max Weber fez uma distinção entre os asceticismo innerweltliche e ausserweltliche, que significam, respectivamente, "dentro do mundo" e "fora do mundo". E. Carvalho traduziu isto como "ordinário" e "extraordinário" (alguns tradutores usam "mundo interior", mas isto tem diferentes conotações no português e não é o que Weber tinha em mente).
O ascetismo "extraordinário" refere-se a pessoas que desistem do mundo para viver uma vida ascética (o que inclui os monges que vivem comunitariamente em monastérios, bem como os ermitões que vivem sozinhos). O asceticismo "Ordinário" refere-se a pessoas que vivem vidas ascéticas mas não se retiram do mundo.
Weber classificou esta distinção originalmente na Reforma Protestante, mais tarde tornou-se secularizado, assim o conceito pertence a ambos, religiosos e ascetas seculares.
David McClelland sugeriu que o asceticismo ordinário se restringe a agir contra alvos pré-identificados como prazeres que distraem pessoas de alguma inspiração divina, e podem aceitar prazeres que não sejam distracionistas. Como por exemplo, ele apontou que Quakers tem historicamente se objetado a usar roupas coloridas, apesar de que mesmo sem cores as roupas dos Quakers sejam feitas de matérias muito caras. A cores foram consideradas distracionistas, mas o material não. Amish usam critérios similares para tomarem decisões sobre que tecnologias modernas podem usar e quais devem evitar.
(McClelland, The Achieving Society, 1961)
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ascetismo_(filosofia)
Burocracia
“A burocracia, no sentido weberiano (...) é a organização permanente da cooperação entre numerosos indivíduos, em que cada um exerce uma função especializada (...)
A impessoalidade é essencial à natureza da burocracia, onde teoricamente cada um deve conhecer as leis e agir em função das ordens abstratas de uma regulamentação estrita.”
Raimund Aron explicando Weber.
Pressupostos ideológicos
– A crença na realidade em si e para si da sociedade (a racionalidade dos meios de ação inutiliza a racionalidade dos fins).
– Existência de um sistema de autoridade fundado na hierarquia de tal modo que subir um degrau da escala corresponde à conquista de um novo status (o cargo, e não o ocupante, possui qualidades determinadas).
– Processo de identificação dos membros com a função que exercem e o cargo que ocupam.
– A direção não transcende a burocracia, mas faz parte dela sob forma de administração, isto é, a dominação permanece oculta ou dissimulada graças à crença em uma ratio administrativa (dirigentes e dirigidas pareçam ser comandados pelos imperativos racionais.
Valores do Protestantismo
– A disciplina ascética
– A poupança
– A austeridade
– A vocação, o dever e a propensão ao trabalho
Formação de uma nova mentalidade, um ethos – valores éticos propícios ao capitalismo na família protestante
– Filhos criados para o ensino especializado e para o trabalho fabril
– Optando sempre por atividades mais adequadas à obtenção de lucro
– Preferindo o cálculo e os estudos técnicos ao estudo humanístico
As quatro causas do agir social
– Comportamento racional em relação a um fim (engenheiro constrói uma casa).
– Ação racional em relação a um valor (marido que afasta a tentação de adultério por fidelidade à esposa).
– Ação afetiva (ditada pela paixão ou estado de espírito do momento).
– Ação tradicional (ditada pelos hábitos e costumes adquiridos).
Análise e principais aspectos
– A relação entre a religião e a sociedade não se dá por meios institucionais, mas por intermédio de valores introjetados nos indivíduos e transformados em motivos da ação social. A motivação do protestante é o trabalho, enquanto dever e vocação.
– O motivo que mobiliza internamente os indivíduos é consciente: sair-se bem na profissão, mostrando sua própria virtude e vocação, e renunciando aos prazeres materiais; o protestante puritano se adequa facilmente ao mercado de trabalho, acumula capital e o reinveste produtivamente.
– Ao cientista cabe estabelecer conexões entre a motivação dos indivíduos e os efeitos de sua ação no meio social.
– O capitalismo é uma organização econômica racional assentada no trabalho livre e orientada para um mercado real.
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